@@ SÓ POEMA @@

Poema,

carta astuta,

substituta,

carta coringa,

ecoando sentimentos.

Rio de felicidades,

corredeira de lamentos.

Poema não se explica

nem se acredita.

Coringa, apenas coringa,

cheio de manha

e de mandinga.

Poema é poema

e mais nada.

Coisa privada

aberta ao público

para passeio.

Erra quem pensa

que nele se enquadra.

Não há quadrante certo

para incerta inspiração.

Um quê de delírio

disfarçado de brilho,

feito treva iluminada.

Dilaceramento

sem anestésico,

um ajeitar do que se rejeita.

Um brinde às divindades

e ao silêncio dos covardes.

Um moer sentimentos,

esfregar de nódoas

humanas.

Um amanhã

pegando o trem do ontem

com passagem para hoje.

Um beco sem saída,

labirinto ou infinito.

Não importa se soluço ou riso.

Não importa

se a madeira é lisa

ou talhada.

Poema é só poema

e mais nada.

Taciana Valença

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 16/02/2020
Reeditado em 16/02/2020
Código do texto: T6867622
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.