Poesia testamentária
O ocaso, quando for meu ocaso
Não farei caso se rio ou se choro
Foram tantos os dias de chuva...
Porém, os de sol, decerto bem mais.
Vá atrás, não se vanglorie, me digo
Ainda estás a viver, nunca é demais
Sentir um dia a mais, sonhar contigo
Desdenhar o castigo e se preciso, voar.
Quanto ao sentido que me anda a trair
Por sete vezes será perdoado
Pois que fui também de lhe mentir
Andando às tontas, fazendo de conta
Que andavas do meu lado.