Se algum dia o amor vier me procurar, diz a esse monstro que fugi de casa. Augusto dos Anjos
Os espinhos do amor
Amei, como um escravo, a vida inteira,
sem perguntar porquê, qual o motivo.
Talvez, porque quisesse manter vivo,
um broto que floria na roseira.
Amei sem procurar adjetivos
pra iluminar as trevas da cegueira.
Amei o seu perfume, que hoje cheira
nos jardins, para além dos mortos-vivos.
O amor guarda a maldade em segredo,
até que um belo dia, tarde ou cedo,
revela, ao cupido, o seu pesar.
E desse dia, até chegar ao fim,
segue a vender um falso manequim,
à espera que algum tolo venha usar.
Se um dia o amor quiser saber de mim,
digam que me enterrei nalgum lugar.
Os espinhos do amor
Amei, como um escravo, a vida inteira,
sem perguntar porquê, qual o motivo.
Talvez, porque quisesse manter vivo,
um broto que floria na roseira.
Amei sem procurar adjetivos
pra iluminar as trevas da cegueira.
Amei o seu perfume, que hoje cheira
nos jardins, para além dos mortos-vivos.
O amor guarda a maldade em segredo,
até que um belo dia, tarde ou cedo,
revela, ao cupido, o seu pesar.
E desse dia, até chegar ao fim,
segue a vender um falso manequim,
à espera que algum tolo venha usar.
Se um dia o amor quiser saber de mim,
digam que me enterrei nalgum lugar.