Eu sou
Eu sou o bastardo dessa sociedade decadente
O inglório desse carnaval sujo
Um filho perdido que não sabe o caminho de volta, e nem ao menos quer voltar.
Eu sou um punk desajustado entre os punks
Um rebelde idealista, um aspirante a anarquista
Sou tudo que a sociedade diz que é ruim ou antiético.
Eu sou rico em nuances.
Sou um homem de tantas personalidades, no entanto todas tem o mesmo nexo, a loucura.
Eu não sou poeta, não sou um artista
Sou apenas um cidadão de classe média baixa, que acha que pode mudar o mundo com a escrita.
Eu sou o que sou, não importa por que sou.
Eu sou um zé ninguém, filho de um pai e uma mãe honestos trabalhadores, que nunca tiveram sorte na vida. Gente assim geralmente não tem.
Eu sou um refém do sistema
Mais um tijolo na parede
Um porco a caminho do abatedouro.
Eu sou o que sou, não importa como estou.
Eu sou tão Karl Marx, pouco realista e absurdamente sonhador
Eu sou um homem tentando decifrar a ordem no caos
Eu sou o cético que os fanáticos insistem em perturbar
Eu sou a conformidade no inconformismo e a inconformidade no conformismo
Eu sou cheio de dualidade.
Eu sou a ira na calmaria
A tempestade no sossego
O questionamento na certeza
A minha lógica é não ter lógica
Meu sentido é não fazer sentido
Sou um ser paradoxal
Eu sou o que sou, e que se dane o resto.
Eu respiro cultura e expiro contracultura
Sou uma anedota perante os populares
Um louco entre os “normais”
Eu sou simples, porém complicado
Fácil, porém difícil
Eu sou o que sou, o que preciso ser para ser o que quero ser
Eu sou o que sou, refém de onde estou para conquistar para onde vou
Eu sou o que sou, o que não esperam que eu seja, o que não querem que eu seja
Eu sou o que sou, e pronto!
Sem mais delongas.