Meu velho tênis colorido

"De que valem as luzes da cidade,

se no meu caminho a luz é natural."

Meu velho tênis colorido

Um dia novo

Já não me serve

Quero andar descalço

Sobre pedras molhadas

Das águas turvas do vale

Sou bailarino de sinfonia distinta:

De pássaros às corredeiras do Jequitinhonha

Barulhinho bom de cachoeira

E das batidas das entrefolhas ao vento

No silêncio dessas matas

Histórias de correntes e garimpos

Ouro e diamante

Sangue e quilombos

Velhas pontes, riachos e segredos

Meu velho tênis desbotado

Já não me serve

A cidade grande tornou-se efêmera

Onde no meio de tudo não há nada

Talvez no meio do nada

Encontro tudo que preciso

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 21/01/2020
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