Meu velho tênis colorido
"De que valem as luzes da cidade,
se no meu caminho a luz é natural."
Meu velho tênis colorido
Um dia novo
Já não me serve
Quero andar descalço
Sobre pedras molhadas
Das águas turvas do vale
Sou bailarino de sinfonia distinta:
De pássaros às corredeiras do Jequitinhonha
Barulhinho bom de cachoeira
E das batidas das entrefolhas ao vento
No silêncio dessas matas
Histórias de correntes e garimpos
Ouro e diamante
Sangue e quilombos
Velhas pontes, riachos e segredos
Meu velho tênis desbotado
Já não me serve
A cidade grande tornou-se efêmera
Onde no meio de tudo não há nada
Talvez no meio do nada
Encontro tudo que preciso