O Monstro de Edgar

Edgar sabia que era igual a qualquer outro.

Portanto, sabia que também era louco.

Achava, porém, que algo era diferente

afinal, nunca cessara o fogo em sua mente.

Havia um Monstro.

A dualidade dentro de si reverberava,

diversas vezes por distração ele clamava.

As vozes eram íntimas e pertubadoramente conhecidas.

Eram, também, oniricamente atrevidas.

Havia um Monstro.

Edgar tentara e tentara escapar do medo que possuía.

Contudo, sabia que de realidade só o temor o sucumbia.

Por vezes conseguira enjaular a voz, e da razão se deleitar,

mas a voz, assim como a noite, sempre tornara a voltar.

Havia um Monstro.

Acostumado ele se sentia, embora frustrado também.

Pensava “como eu... haverá mais alguém?”,

mas no fundo jazia em seu interior o conhecimento de que lá estava,

que, ou mais ou que menos, em todos se arrastava.

Havia um Monstro.

De sua existência Edgar, de longa data, já sabia

e com serenidade e complacência, em vez de chorar, ele ria.

Havia um Monstro, mas sempre houve e sempre haverá.

A grande questão é... lutar e não se entregar ao mal que há.

Havia um Monstro. O Monstro era Edgar.

Caio Diniz

Caio Diniz
Enviado por Caio Diniz em 14/01/2020
Código do texto: T6841909
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