O Monstro de Edgar
Edgar sabia que era igual a qualquer outro.
Portanto, sabia que também era louco.
Achava, porém, que algo era diferente
afinal, nunca cessara o fogo em sua mente.
Havia um Monstro.
A dualidade dentro de si reverberava,
diversas vezes por distração ele clamava.
As vozes eram íntimas e pertubadoramente conhecidas.
Eram, também, oniricamente atrevidas.
Havia um Monstro.
Edgar tentara e tentara escapar do medo que possuía.
Contudo, sabia que de realidade só o temor o sucumbia.
Por vezes conseguira enjaular a voz, e da razão se deleitar,
mas a voz, assim como a noite, sempre tornara a voltar.
Havia um Monstro.
Acostumado ele se sentia, embora frustrado também.
Pensava “como eu... haverá mais alguém?”,
mas no fundo jazia em seu interior o conhecimento de que lá estava,
que, ou mais ou que menos, em todos se arrastava.
Havia um Monstro.
De sua existência Edgar, de longa data, já sabia
e com serenidade e complacência, em vez de chorar, ele ria.
Havia um Monstro, mas sempre houve e sempre haverá.
A grande questão é... lutar e não se entregar ao mal que há.
Havia um Monstro. O Monstro era Edgar.
Caio Diniz