Desencarcerado
Descativado
Apresenta-se desabrigado
No mundo
Acostumado com as grades
Como aproveitará os jardins?
As sombras?
A amarelinha riscada no asfalto?
Um coração cheio de querer realizar
Sorriso brando
A não justificar-se
Tornando-se uma faca pontiaguda
A perfurar a barriga faminta
do mundo
Desencarcerado atirando-se ao mar
Com passos miúdos e rápidos
Ensaia voos para passear com
Os pássaros
Com as mãos no joelho
Respira fundo e solta alto
O ar
O antes
O antigo futuro
A manhã, logo cedo veio te acordar
Servindo numa bandeja um passado
E serve-se descativado