Férias, huh?
Sentada em sua cama,
As costas contra a cabeceira,
O ventilador ligado no máximo,
O computador no colo,
O celular ao lado,
Fones de ouvido a postos.
Agora ela está de férias
E ela se pergunta o que fará.
Descansar, como todos tanto falam?
Mas descansar como?
Ela entende isso por
“Não precisarei fazer nada”
Ah, Isso seria um paraíso!
Mas, olha só!
Ela tem muito o que fazer!
Como sempre.
Há sempre uma conversa!
Há sempre o tentar lembrar!
Há sempre o pensar em como vai sorrir,
Porque não quer que a entendam errado
Ou porque não quer que a peguem em sua tristeza.
Ela não saberia dizer qual o pior,
Se a perguntassem.
Lembrar ou pensar em suas expressões ao falar?
Bom. Acho que ela escolheria “lembrar”,
Como resposta.
Pois ela não consegue forçar uma lembrança esquecida
A retornar,
Pois, como já dito, ela foi esquecida.
O que fará enquanto de férias?
Torcer para ficar sozinha em casa por horas
Para que possa finalmente esgotar suas lágrimas.
Que tal?
Ou então torcer
Para que não a julguem
Por querer apenas ficar em sua cama,
Alternando entre celular e computador,
Escrevendo, ouvindo música, jogando,
Assistindo filmes, séries ou desenhos,
E isolar-se assim e simplesmente,
Nem que por apenas algumas horas.
Impossível...
Tem que lembrar de responder mensagens
Lembrar de sair com os amigos,
Porque não quer perde-los.
Poderia dizer-lhes a verdade,
Mas não quer preocupa-los,
Pois todos são legais com quem não está legal
E isso soa meio falso.
Mas esse não é o único problema
Ela se sente um fardo para todos
Poxa!
Cada um tem os seus problemas
Com os quais lidar!
Por que iria incomodá-los com os dela?
Porque precisa de atenção?
Porque ela está carente?
Não. Ela é mais covarde do que isso.
“É a vida.”
Ela diz a si mesma.
“Quem vive tem problemas,
Tem dores,
Arque com os seus,
Pois, de certa forma, eles são culpa sua.”