Perfeita (?) assimetria
Casado com o clamor pela justiça
Com uma fenda nos olhos ela dá de ombros
A iniquidade que o instinto animal atiça
A Vingança, para esta união, como um assombro
A negação provoca a libido
Mas do descaso está cansado
Amor não correspondido
E o pecado mora ao lado
A desforra é sedutora
Caminho para a perdição?
Das dores garante ser redentora
Às vezes me pergunto, e por que não?
E me agarro nas promessas da virtude
Com a certeza dum primeiro voo
Não sei se é a(l)titude
Mas a hipocrisia alheia está me dando enjoo
E vou com a certeza claudicante
Sei que não devo, mas dou uma espiadinha atrás
Será que o outro caminho não era mais significante
Às vezes penso que tanto faz
Das promessas com o descumprido
Do planejado empurrado para outro mês
Do importante esquecido
Do “nunca mais”, feito outra vez
Mas me perdoo dos meus altos e baixos
Olhando os dedos da mão
Fique tranquilo, - “Sossega o facho!”
Cada um tem sua função
Desta louca disritmia
De como pulsa meu coração
No infinito o algoritmo desta assimetria?
Meu caso tem solução?
Mas no que falta para meus desejos
Compenso com o amor que sobra em mim
E estou vivo enquanto pelejo
E se respiro não chegou o fim