Horizonte

Horizonte

Sentado à beira do penhasco

Curtindo o mais nobre anoitecer

Pensamentos, sonhos a proceder

Sentindo o aroma do churrasco.

Rochas e mais rochas arrebentam o casco

Da embarcação que o futuro me permite ver

Cultivo as sementes do saber

Sem desistir quando me “lasco”.

No horizonte, os dois tempos vizinhos

Aquele que já foi, traz-me lições

E ideias de que não sigo sozinho.

O outro que me fornece direções

No alvorecer da rosa entre espinhos

As conquistas sem lidar com ilusões.

Sentado à frente do computador

Por vezes, são difíceis estas poucas palavras

Presas ao orifício de temor.

Por mais íngremes que sejam as estradas

Ou escorregadios tais trajetos, um horror

Jamais deixe naufragar-se em mágoas.

No horizonte nada é tardio

Nunca se está atrasado

A pressa é estirpe do “civilizado”

Essencialmente, um hábito vazio.

Marcel Lopes

13/12/2019