Pelas ruas da cidade
Ando
Pelas ruas da cidade
Pelas ruas da cidade
Como quem nada quer
Nada viu,
Nem nada tem de intensidade.
Os ônibus estão lotados,
Abarrotados como latas de sardinha.
Paro na calçada
Por onde você caminha
E como quem nada quer,
Nada viu,
Nem nada tem de interessante,
Eu me perco nas ruas da cidade
Esperando que me aconteça algo de relevante.
Tomo um ônibus,
Embora queira seguir de trem,
Eu, um armazém,
Encosto minha cabeça no vidro da janela
E pinto, com meus olhos,
A selva de pedras de aquarela.
Ando
Pelas ruas da cidade
Como quem vasculha gavetas dentro de si
Procurando, dos sentimentos, alguma honestidade.
Finjo esquecer-me de mim
E na tela urbana eu pinto meu fim.
Desço do ônibus,
Ainda infinito,
E ando pelas ruas
Com vontade de lhe dar um grito.
Perco-me
Nas ruas da cidade,
No meio da multidão,
Que fazem de mim quem sou na ocasião
Ando,
Ando...
Sem integridade,
Pelas ruas da cidade.
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