Um dia eu ouvi falar sobre a arte

Vi caído na viela

corpo no chão jogado

e me olhando com cautela

a alma daquele ser desanimado

Com o coração explodindo

disquei 192, pedindo salvação

a ganância passou por mim sorrindo

cantarolando uma canção

Vi daquela alma jorrar muita nota

e todas elas marchavam numa direção

seguiam a ganância, que parecia um agiota

cobrando impiedosamente cada maldita prestação

A alma começou a contar sua história

brilho nos olhos, ao falar do tempo de glória

mas tudo nublou, choveram lágrimas de sofrimentos

me sentei no chão, fui lavado por aquelas gotas lamentos

Então me disse que inspirou multidões

e por todos os continentes seus feitos foram falados

também disse que trouxe salvações

devolveu vida ao olhar dos condenados

Então eu perguntei o que havia acontecido

um corpo deitado, sua alma a vagar

a ganância de vigia, como se o tivesse comprado

nada parecia ali se encaixar

A alma me encarou, seus olhos ainda escorrendo

meus tempos de glória ficaram no passado

fiz um pacto com a ganância pra não acabar morrendo

espero que você entenda meu lado

Ofereci o corpo a ganância, disse "use-o pra lucrar"

mas em troca, minha alma eternamente irá vagar

meu corpo lhe renderá milhões

mas eu vou permanecer tentado tocar os corações

E então repleto de curiosidade, seu nome perguntei

meu nome? Ele já ecoou das profundezas da Terra até o vazio de Marte

já fez nações guerrearem e causou a queda de grandes reis

pros mais próximos, "sou o expressar de sentimentos"

pro restante? Apenas Arte!

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 26/11/2019
Reeditado em 12/05/2022
Código do texto: T6804661
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