Vento forte
Não era para assustar, nem incomodar
Era pra ficar ali, no silêncio do teu olhar
De um jeito terno, conjugando o calar
Emudecendo os lábios, pra não irritar...
O tempo que a tudo observava, e fingia
Não perceber que com as mãos redigia
O que coração queria ler, era só poesia
Feita com alma, na madrugada nascia...
Entre uma rajada e outra do vento forte
Trazia para perto sonho desperto, corte
A dor da perda, e até o medo da morte
Limpe feridas e assopre; vento do norte.