Vizinhança
O domingo não quer descansar,
Continua tagarela após o muro;
Conta piadas, fala sobre futuro,
E uma nova forma de sabor dar.
Até o cachorro quer conversar,
Late tentando ter vez e até voz;
Talvez por se sentir só, feito nós.
É só mais um verso, um pensar...
Há o cansaço, mas, do outro lado,
São vozes, tosses, teses, e poses;
Parece tudo tão irreal, o quadrado,
É uma vasilha com muitas nozes...
Deixa o domingo dormir, ele volta...
Quando a semana outra vez, se for,
Então, o deixe, e a mão dele solta;
E não chore, e não grite; por favor.