Outra estação
As vezes só se encontra o caminho,
Quando se começa a caminhar.
Meu romantismo dos anos oitenta,
Mostrou-me bem mais que poesia.
Carrego sobre os ombros,
Lembranças de tempos mais lindos.
E no mundo de hoje
Não consigo me encontrar.
Pensei que poderia voar
E sair pelo mundo a procura de mim.
Estou cortando minhas raízes
Frágeis e decompostas.
Sinto o peso do mundo nas costas.
De coisas que não quero mais carregar.
O cemitério em minha mente pede luz.
O cemitério ao meu redor, pede salvação.
A rotina faz de meus dias uma prisão.
A qual Sérgio Vaz chama:
"máquina de moer gente".
Muitos sequer nem a sentem,
Acostumados a aceitar o que eles dão.
A vida é mesmo uma viagem
E eu estou partindo
Pra chegar em uma outra estação.