Coração em conserva

Mantinha o corpo frio
Para suportar o coração quente
Mantinha a palavra silenciada
Para não falar com o olhar indiferente
Expirava para não cerrar os dentes
E encerrar a farsa
A falta
A graça
Pra não deixar transparente
Que o outro ama as mentiras
Que os deixa contente
A mão ficava trêmula
Muito trêmula
Quando percebeu
Quando ouviu o som da ficha caindo
Mostrando ambos os lados
Que o falar de olhos arregalados
E repetidamente
Só mostra que quem ouve está sendo manipulado
Quem ouve está sendo empurrado
Pro lado do ao lado
Das vantagens white
Está deixando ser dominado
Pra quem só gosta de iludir
Mantinha o corpo distante
Mantinha o corpo frio
Para quando seu corpo partisse
Encontrasse um meio
Do seu coração ser doado
Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 29/10/2019
Reeditado em 01/11/2019
Código do texto: T6781965
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.