Sobre o sol de amanhã
Sobre o céu escuro e vazio...
Reluto a espera dum feitil de luz
Raizando na mente,
Que o agora logo passe.
Como os sons de barulhos estranhos
Que estão aqui...
Encobrindo-me de pensamentos desconcertantes
Onde tudo é um mistério e ardiloso
Onde a vida costumeira
Deturpa-se
Ofuscado de maneira constante
Aquilo de que é para mim tranquilo;
- o sono.
Sim!
O sono adeusado,
Cumprido feito o relógio
Os olhos...
Quieto feito um mudo
Aguçado...
Espreito a ouvir na madrugada
O que não se espera.
a noite...
Sim !
é ela.
Feita a preguiça perniciosa
Costurando-me
Minuto a minuto
Atraindo-me o medo
Num ritmo fúnebre
Traçando o tempo a seu favor
Onde finca a angústia
De não conseguir dormir,
De não poder sonhar
E acordar,
Numa manhã de céu azul.