Musa pelegrina
Eu não me daria aos dados
fossem eles tão pertinentes,
revelando as outras vertentes
daquela que não se cansa de dar...
ah, musa amada!
E são tantos os que a ti recorrem,
que em teu leito ainda escorrem
as marcas de tantos desejos...
ardentes abraços, sôfregos beijos,
e o sabor do proibido a estimular-te!
Eu não saberia quantos lados
revogam situações complacentes,
porque num antro de indecentes
são muitos que estarão a deitar...
ah, musa cretina!
E eu que tolamente a respeitei,
agora, sabendo o que sei
preciso esquecer o que me fere,
quando um outro a ti prefere
e pode, mais que eu, desfrutar-te!