Solilóquio da alma
Estranho e impressionante o modo como o que escrevo vem a fazer sentido somente certo tempo depois. Minhas palavras me preveem e me significam. Escrevo e vou vivendo, escrevo e me lanço na fluidez. Não mais me importo de dizer o que momentaneamente se revela como desprezível e descartável, pois nunca é, e nisso compreendi a urgência de sempre exprimir o que através dos sentidos absorvo e me contorço por dentro. Resumidamente, sinto hoje que as vivências nas quais me coloco apresentam-se me como uma confirmação daquilo que minha alma já sussurrava há muito tempo nos ouvidos da intuição.