Poesia fixada na geladeira
Procuro escrever sobre o amor
Tu me vens à cabeça
Já virou costume
O monótono tira a beleza
Mas, não de quem dela é dono
Apareces, manhoso, no quintal
Sob o amanhecer do dia
E da paixão a renascer
A cada passo, um encanto final
Tu me pões a perceber
Eu te projeto em concreto
E fazes do beijo nosso, abstrato
Vontades em simetria
De um afeto abafado
Embaixo dos lençóis
Tu, corado
Na manhã ensolarada
Tristeza não ser de perdão
De um amor desacordado.