Dos dias em que eu trago

Não trago cigarros

nem trago vitórias

trago sonhos em jarros

exalo promessas ilusórias

Aos poucos trago muita gente

mas não trago nada pro coração

uns eu trago pra mente

outros eu trago pro pulmão

Não trago uma canção

mas trago sentimento

não trago sua paixão

mas exalo um novo invento

Trago muitas memórias

e com elas trago sofrimentos

trago palavras de vitórias

exalo os bons momentos

Trago muitos finais

trago seus preços

trago os pecados carnais

exalo incontáveis recomeços

Trago os meus restos

e trago seus intra-mundos esquecidos

exalo maços de manifestos

pra vocês tragarem meus versos sofridos

Respiro, observo e vago

nessas ruas onde incontáveis palavras trago

encho tanto meus pulmões que entalo

no fim é inevitável, versifico furacões

e por todo lado os exalo

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 12/10/2019
Reeditado em 13/08/2021
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