Dos dias em que eu trago
Não trago cigarros
nem trago vitórias
trago sonhos em jarros
exalo promessas ilusórias
Aos poucos trago muita gente
mas não trago nada pro coração
uns eu trago pra mente
outros eu trago pro pulmão
Não trago uma canção
mas trago sentimento
não trago sua paixão
mas exalo um novo invento
Trago muitas memórias
e com elas trago sofrimentos
trago palavras de vitórias
exalo os bons momentos
Trago muitos finais
trago seus preços
trago os pecados carnais
exalo incontáveis recomeços
Trago os meus restos
e trago seus intra-mundos esquecidos
exalo maços de manifestos
pra vocês tragarem meus versos sofridos
Respiro, observo e vago
nessas ruas onde incontáveis palavras trago
encho tanto meus pulmões que entalo
no fim é inevitável, versifico furacões
e por todo lado os exalo