Ah! Os Relógios
Ah! Os Relógios
Guida Linhares
Parem os relógios, das horas esqueçam!
Que da vida vale mais o instante atemporal.
Aquele em que do sonhar, não esmoreçam
as ilusões do viver em venturoso festival.
Se o "tempo é uma invenção da morte"
como bem diz Quintana, a vida em verdade
seria, a suprema possibilidade de que a sorte,
desabroche de nosso ser, a sonhada felicidade.
Assim caminhantes livres dos minutos,
flutuamos em encantadora miragem,
como seres alados, desbravando espaços.
E quando atravessarmos resolutos,
os portais que nos levam à grande passagem,
decerto na bagagem, estarão muitos abraços.
1º/10/07
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Participação no tema "Ah! Os Relógios" iniciado pela querida amiga poetisa Maria Thereza Neves, inspirada no poema de Mario Quintana
Ah! Os Relógios
Mário Quintana
Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
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Ah! Os Relógios
Maria Thereza Neves
Não, não consultem por favor,
Vou esquecendo as horas perdidas ,
Seguindo meu destino, seja ele onde for,
Acordando sonhos,recordações vividas.
O tempo andou morrendo apressado .
Saio de mim esquecida na poesia .
Não apaguem o momento passado
São diários passos do dia a dia.
Nada tenho a temer, parto inteira,
Sem tristezas, sem cronômetros ,
Nova vida a viver mesmo nas beiras.
O espanto dos calados,surdos relógios ,
Abrem sorrisos nas estrelas ,na lua ,
E das portas sem mais pedágios !
24/09/07
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