Eu, o silencio e a escrita

O tempo passa,

a lua cai,

enquanto o Sol se avermelha,

o fim da esperança está quase se tornando certeza.

Olho para os troféus que me cercam,

painéis, banners, fotos e medalhas...

As velhas músicas começam a tocar

enquanto todo barulho da minha mente

pouco a pouco, invade a sala,

somos agora eu e o nada!

O relógio na parede está parado,

as ondas nada mais quebram,

enquanto a felicidade se apequena,

o rosto de todos que amo... perde sua beleza!

Olho para a tv ligada no mudo,

novelas, séries, filmes e jornais,

lembro da minha infância,

eu deitado no sofá amando coisas banais,

agora... alheio a tudo,

tenho a certeza que não me encaixo nesse mundo!

O celular está com o vidro trincado,

as mensagens não mais recebo,

as rosas se tornaram negras.

enquanto o que chamam de amor, pra mim , é apenas tristeza.

Olho para o computador,

redes sociais, streamings e you tube,

possibilidades de preencher minha solitude.

Porém... caixa de entrada se transforma em números,

os filmes... algo sem encanto.

e o youtube? Musicas que remetem sempre ao pranto!

“Tudo está caindo...

e as batidas do meu peito,

gota a gota,

viram apenas um zunido!”

Epilogo -

“O tempo está parando junto ao ponteiro do relógio,

o celular deixa de ser um alivio para a solidão,

enquanto, uma a uma, apaga-se qualquer forma de distração!

Só sobrou eu, uma caneta e um caderno,

para lutarmos juntos contra a enorme ferida...

que, desde jovem, rasga meu jovem e inferiorizado coração!”

RS Schindler (Renan Souza) - 27/09/2019