POUSOS FORÇADOS

Dizes que em mim

Apenas há jardins...

Sim e ali cavaste

Para por teu osso -

Vá que sido fosso,

Não o que sonhaste...

Porque havia jardim,

De infância e nome,

Tudo que fizeste, enfim,

Não me envergonhes ...

Assim reduzido a lugar,

Tive de ser o pólen que voa,

Que revoa e canta sem par

Tristes canções que garoas

Hão de pousos forçados ter,

Porque teriam de acontecer.

Porque havia jardim

Na infância e no nome:

Não sonhes mais por mim,

Deixe que eu mesmo sonhe.

Dedico aos que relegam a outrem os sonhos...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 22/09/2019
Reeditado em 22/09/2019
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