Eu sou ...
Eu sou para mim uma coletânea de fracassos
Eu sou para mim um esquecimento recente, uma lembrança que se foi
Eu sou para mim possibilidades infinitas mas incompletas
Eu sou para mim um criador de uma fantasia de mim mesmo.
Eu sou para você o que sou para a sociedade
Eu sou para mim um desejo de liberdade, cada vez mais trancado no silêncio
Eu sou para mim, um cultivador de sonhos ridículos e pífios
Eu sou para você o que você quiser que eu seja.
Eu sou para mim, o que antes detestava
Eu sou para a sociedade, o que bem achei que esta desejava
Eu sou para mim, a completa imersão na realidade social, nesta mentira.
Eu sou para você, o que você espera de mim
Eu sou para você, o que você espera encontrar nestas palavras.
Eu sou para você, a imagem que cultivei aqui e agora e que reflete em sua percepção de mim
Eu sou para mim uma fantasia, dentro de fantasia, dentro de fantasia, ...
Eu sou para você o nada que pretendia encontrar, nas reflexões dentro de ti.
Eu sou para você a resposta incompleta de todos os seus pensamentos sobre o nada que a vida é, esvaindo-se no gole da próxima cerveja, na próxima conversa inútil, no próximo doce, beijo ou abraço.
Eu sou para mim um eterno retorno da enganação à mim mesmo, da máscara social.
Eu sou para estas palavras apenas mais um mensageiro, sacrificado em dor pelo sofrimento e realização da inutilidade do nada.
Isto pode ser mais uma reflexão sobre nós mesmos e seu vazio de significado e razão, mas como é de sua forma e matéria, continua sendo um completo NADA.