MAPA DE SE PERDER
Minhas guerras travadas enquanto dormes,
placidamente, ao meu lado, enroscando teus pés nos meus...
Se bem soubesses não te irias embora nessas manhãs de setembro.
Colhi flores pra ornar a mesa, no momento do nosso café.
Te despertei com afagos e beijos, aos milhões, nas tuas costas,
lá onde está uma ampulheta tatuada.
Fiquei olhando como se contasse as areias do tempo, sob teu sono.
Trago medos meteóricos. A velha saga humana de querer pertencer ao que não nos compete ser nem estar.
Abres os olhos com aquela frequente ausência de humor matinal.
Mesmo assim tu me sorris. Me sorris com uma concavidade nos lábios que lhe é própria...
Renasço.
Me escondes debaixo do cobertor e norteamos mais um dia com esse mapa de se perder...
Esqueço as guerras que travo no silêncio de cada noite furtiva.
Somos cúmplices dessa coisa imprevisível de tentar o amor, equilibrando-o numa corda bamba.