A QUEM DISSERA MAL DE MIM

Estavas certa, nunca fui nada.

Meu caminhão ... pane na estrada ...

Sim, chorei sobre o tanque,

O vento noturno soprava

Que novo dia se planejava

A partir daquele instante.

Zombaste sempre de mim, o inútil,

Mas o mar me sorria, assim como as folhas.

Passarinhos eram parte de minhas escolhas

E diziam-me, perdoa-lhe o jeito fútil.

Eu tinha um nome e uma alma ...

Os ventos secavam todas minhas lágrimas,

Tuas mensagens ruins nunca consagre-mas.

Foste tu, fiquei-me aqui, na calma ...

Estavas certa, nunca fui nada,

Nada do que quiseste para mim.

Agradeço por isso ao céu, aos ventos,

Porque fiz a minha vida acolchoada

Pela quentura cândida dos serafins ...

Porque, assim, fiz de mim meus momentos.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 17/09/2019
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