Divagações - reflexões
Ela não chora muito
Mas as vezes deságua
Como cascata, como rio
Pior que temporal
Ela é racional
Sempre pensa e pensa muito
As vezes pensa demais
E isso a impede de sonhar
Ela ajuda, corre e socorre
Estende a mão, o braço o que for
Não deixa na mão ou pra depois
Ela faz das tripas coração pelos outros
Ela não pede ajuda
Não sabe como pedir
Não sabe implorar
Ela não sabe limites ou parar
Ela se faz de forte
Luta todo dia
Corre atrás, faz força
Ela as vezes não aguenta mais
Ela é frágil, mas ela mente
Finge ser de ferro e não se ferir
Ela finge ser estatua e não sentir
Ela finge ser de gelo pra não queimar
As vezes ela transborda
As vezes ela chora
No banho ou no silêncio
Sem soluços ou cenas
Ela se mostra forte e guerreira
Mas quanto tempo mais aguenta a barreira?
Quanto tempo vai ficar de pé?
A queda vai ser grande pra ela
Será que alguém vai notar?
Será que vai ter socorro e suporte?
Isso que dá ser sempre forte
Sozinha, ela cai e levanta
Cortando-se nos próprios cacos
Ajuntando seus próprios pedaços
Ela sorri e a alma dela chora
Viva por fora e por dentro quase morta