Aperto gélido

Escrito em 2-3-4/9/2019

Acordei perdido em minha cama

De um sonho que esqueci saí

Será que alguém me ama?

Acho que me perdi

O teto que olho está como antes

Nada está muito diferente

Meus pensamentos estão distantes

E daí se não estou contente?

O céu desse inverno também não mudou

Tão vago com o soprar vazio

Estou igual, estou como sou

Gosto de sentir esse frio

Meu amor que não conheço

Meus dedos não se mexem direito

O dia tem cor de gesso

Não me lembro do que tenho feito

O vento sutil e cinza dessa manhã

Me sopra na consciência

Uma mensagem breve e vã

Algo sobre minha essência

O silêncio toca a melodia

Que é falada na alma

E nesse afobar do dia a dia

Eu tenho que sentir calma

Tem lugares que só eu me lembro

Lembro com o coração terno

Junho, julho, agosto e setembro

Ainda é inverno