DO QUE,até aqui,ENXERGUEI...
Que a vida é uma nobre escola que dispensa rótulos e diplomas.
Que a Humanidade dos humanos se divide em dois grandes grupos: o dos exploradores e o dos explorados...status que podem se revezar.
Que a dialética da exploração dos iguais se traveste de fácies nobres, falas mansas e falsas bondades.
Que, embora biologicamente semelhantes, o que nos diferencia "no ser" não é os nossos méritos, mas as vontades que os embasam.
Que a desigualdade social é programação perene da indústria humana que produz e alimenta os poderes de todas as vias sem sentidos...e sem saídas.
Que a matéria prima da desordem política mundial é a dor e o desespero sociais.
Que para todos existe algemas invisíveis mas nada é mais perenemente libertador do que o pensamento lógico.
Que ainda que o corpo seja libertado das grades mundanas há correntes que nunca se desgarram do espírito.
Que os degradantes vícios do espírito são desprovidos de culpa.
Todavia, sentimentalizada a culpa, estará sentenciado o mais justo dos veredictos.
Que a mais gratificante liberdade é a escolha consciente de não servir a vis senhores.
Que voltar é impossível...estamos sempre indo...
Que a natureza de todo ser é infinitamente imutável, ainda que perfeitamente "maquiável".
Que todo heroísmo verdadeiro é silencioso e não se presta aos holofotes.
Que todo trabalho é magnífico, desde que traga plenitude a quem o faz e sirva a quem dele precisa.
Que vários caminhos podem nos levar ao mesmo lugar...ou até a mais longe.
Que a sabedoria não está nos livros dos doutoramentos.
Que a arrogância nos cega para o patético de nós mesmos.
Que a vaidade é um poço do espírito, cármico, incurável e sem fundo.
Que a verdade não se presta à manipulação das relatividades: sempre reinará no alto do absoluto,ainda que ofuscada e renegada por todos.
Que não é preciso pressa para revelar toda a verdade. Ela se contará e se recontará sozinha, sob a batuta do seu próprio tempo.
Que a inveja tem várias faces e se traveste de gentil benfeitora logo ali...e nos demais escuros e enfeitados becos do universo das vidas.
Que os mais altos gritos pela Justiça podem emanar dum poderoso coração injusto.
Que a amizade é um raro dom precioso e se perpetua na superação de todos os interesses terrenos.
Que nada furtado de outrem traz realização plena de vida.
Que o lugar de cada ser é único e sagrado e que a fluidez da alma quiçá seja a impressão digital vital de cada espírito.
Que o que começa errado só será sofrimento, ainda que pareça um grande sucesso aos olhos distraídos.
Que a fama pode ser uma tragédia ao acreditar no seu pódio eterno.
Que nenhuma matéria é mérito pessoal posto que toda ela é somente substrato da fermentação do tempo.
Que o tudo ao derredor, inclusive o dinheiro, tem data de validade: chega um tempo em que, independentemente do seu valor agregado, nenhuma moeda agregará mais nada a ninguém e à cenário algum.
Que a honestidade incomoda a degradação.
Que toda luz, paradoxalmente ao ato de iluminar, ofusca qualquer sagaz podridão.
Que CORRUPÇÃO ainda não tem adjetivação condizente com seus produzidos cancros...
Que a política é só um meio de vida nem sempre promissor ao meio.
Que todo mito agrega as frustrações intrínsecas e pulsáteis de quem o mitifica.
Que toda agressividade agrega um grito de socorro ainda que seja imperceptível a quem grita.
Que a voz gritante dum povo nunca é a voz silenciosa de Deus.
Que a fé dispensa qualquer intermediário posto que o sagrado se mescla e se faz presente em toda a sua criação.
Que todo ser fragilizado no espírito é caça farejada dos falsos profetas.
Que até esperança tem que ser praticada com inteligência.
Que a caridade não tem preço.
Que o amor é o sentimento construtor mais raro e mais nobre de que se tem noticias...
Se for egoísmo...nunca será amor.
E que felicidade verdadeira existe sim: e é tão somente caminhar sobre pedras com a plenitude da paz do espírito.