Língua Ferina

Corda que aos poucos enforca, desprezível és tu, língua.

Cobra com veneno traiçoeiro,

Difama, mente e causa desespero

Tem vontade própria, sob mentiras sufoca.

Com o poder de inserir vida adentro

E colocar pra fora sentimentos

Língua que enrola, se descontrola

Com seus tons ofende, confunde a gente.

Carrasco, de suas próprias leis é juiz.

Sua essência dúbia também consegue acalentar, lisonjear, seduzir

Com um arco-íris silábico encantar, ao erro ou acerto conduzir.

Lâmina de dois gumes que também sabe amar

Com ajuda dos lábios aos corações sorri

Em preces e orações a dor da alma sanar

Sob pecado, seu tormento ambiguo de existir.

Alessandra Ramírez
Enviado por Alessandra Ramírez em 23/08/2019
Código do texto: T6727256
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