"A maturidade do homem consiste em haver reencontrado a seriedade que tinha no jogo quando era criança." Nietzsche

Maturidade

Criança eu jogava futebol,
triângulo, espada, cabra-cega,
esconde-esconde, bila, pega-pega...
cortava papagaios, sem cerol.

Andava, pés descalços, sob o sol,
comprava, sem dinheiro, na bodega,
dividia a merenda com o colega
e, se preciso, a cama e o lençol.

Criança eu jogava sem juiz,
sem regras, sem temor de punição,
fosse um jogo de dama ou de botão,
à espera que, ao final, fosse feliz.

Rezava na capela ou na matriz,
de cor, o Padre Nosso Ave Maria...
seguia a multidão, em romaria,
a caminhar no rumo do nariz.

Se a maturidade (grande atriz)
fosse jogar sem regras: perderia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/08/2019
Código do texto: T6717109
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