Ciscos
Espremendo inspiração, e nada
Fruta sem suco, nem limonada
Amontoado de palavras vazias
Rimando, tentando fazer poesia
O coração e o pensar voando...
Enquanto a razão fica teimando
Juntando umas letras, rabiscos
Feito o passarinho e seus ciscos
Construindo o ninho devagarinho
Vem o vento, a chuva, e o destrói
Lá vai o poeta, outra vez, sozinho
Ver a casa ruir enquanto constrói.