Triste fim
Quem vive a ruminar adjetivos
E defecar palavras boca afora.
Quem vive a escarrar, à toda hora,
O ranço sepulcral dos mortos-vivos.
Quem vive a pôr a alma de penhora,
Ao som dos borborigmos fecais.
Quem vive sempre, à sombra dos boçais,
A fustigar os outros com espora.
Quem vive a insultar, cada vez mais,
Enquanto a inteligência embolora.
Quem vive, à luz da caixa de Pandora,
A desprezar a dor dos desiguais.
Um dia há de ouvir seus próprios ais
E mendigar perdão, enquanto chora.
Quem vive a ruminar adjetivos
E defecar palavras boca afora.
Quem vive a escarrar, à toda hora,
O ranço sepulcral dos mortos-vivos.
Quem vive a pôr a alma de penhora,
Ao som dos borborigmos fecais.
Quem vive sempre, à sombra dos boçais,
A fustigar os outros com espora.
Quem vive a insultar, cada vez mais,
Enquanto a inteligência embolora.
Quem vive, à luz da caixa de Pandora,
A desprezar a dor dos desiguais.
Um dia há de ouvir seus próprios ais
E mendigar perdão, enquanto chora.