ANONIMIA

Por aqui…

Tudo é impropriedade.

Tudo desenhado

Para se ser logrado.

Nem toda ciência,

Nem a onisciência.

Nem a biografia,

Tudo alegoria.

A cinestesia

Em bradicinesia…

Por aqui?

Nem toda agonia…

Tudo maquiado

Para enganar o fato.

Nem toda verdade

Nem toda mentira!

Toda realidade…

Mera alquimia.

Dor que dói aqui…

Nem com anestesia!

Nem a alforria,

Nem a mordomia!

Tudo tem um lance:

- Leilão da alegria.

“quem dá mais sucata

à vida roubada?”

Nem toda pesquisa!

Nem os resultados,

Tudo tem um dedo

Bem interessado.

Nem o amor vigente,

Nem o vigor ausente…

Quantos poluentes

No indiferente.

Nem a História escrita,

Nem a Geografia…

Nem os monumentos

Nem os argumentos.

Tudo articulado

Ao sabor do vento:

Vãs anestesias

Para as nevralgias.

Nem o santo mito

Nem o mito santo

Nada faz sentido…

Sob todo espanto.

Nem aos tantos mares

Nem à toda Terra

Só o articulado…

Na voz que vocifera.

Nem os tantos deuses,

Nem os semi-deuses,

Nem qualquer trajeto,

Por todo o Universo.

Nem a voz do templo

É autenticidade!

Antes de rezar

Esconde a realidade.

Nem a caridade,

Nem a falsidade

Nem a amizade

Têm mais propriedade.

Nem toda justiça

A toga submissa…

Nem a previdência.

Cumprem sua ausência.

Quiçá a Providência

Tenha Sua clemência.

Por aqui…

Nada mais tem nome.

Seres são robôs

Da dor que consome.

Nem toda razão

Nem toda emoção.

Nada regenera

A degradação.

Nome fantasia

À nossa anonimia.

Autenticidade?

Não há vida própria

Na insanidade.