POUCO CHÃO

Andei tão poucos passos

E já carrego o peso do mundo em minhas costas

Tão pouco sei

Que deveras o tempo devora minha flora

Por tão ingênuo ser

Não há sequer corpo humano que sustente este mistério que vigora

Este ser que vos fala agora

É só rascunho

Pó e vazios que atestam

O mundo lá fora é uma selva

Que contigo pouco se importa, se interessa

Devora tua carne, tua pele, teu suor

Suga tuas lágrimas e te desnuda

És terra como tantas na imensidão deste chão

És voz que não se ouve, se escuta

És só mais um ser vivente (sobrevivente) na multidão

Andei tão poucos passos nesta terra

Mas já carrego no peito o pesar desta guerra

O mundo lá fora é só fantasia e ilusão

Tão pouco sei

Que deveras esta selva devora minha flora

Por tão ingênuo ser

Não há sequer corpo humano que sustente esta verdade que vos falo agora

Fernanda A. Fernandes

08/07/2019

Fernanda A Fernandes
Enviado por Fernanda A Fernandes em 08/07/2019
Reeditado em 09/07/2019
Código do texto: T6691327
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