Passarinhos nas calçadas

Óculos escuros protegeram do sol e vento

Mudaram as cores da paisagem rotineira

E os passos seguiam ainda mais lentos...

Tentando não deixar no ar tanta poeira

Foi seguindo passarinhos pelas calçadas

Ouvindo os próprios passos, sem rostos...

Conhecidos ou não; sorrisos ou desgostos

Poucas sombras na manhã mais gelada

No velho monólogo com o ser tão distante

Foi bebendo silêncio num copo descartável

Vagarosamente, vagarosa mente suportável

Trazendo para mais perto a poesia de antes.