A MISTICA DOS SONHOS

Por um breve momento,

senti como são alegres os sonhos.

São como aspirações simplificadas,

rebeldes na sua crueza e insistência.

Na alegria com que nos enchem as mentes,

levando-nos ao melhor de nós.

Sonhos, são escolhas individuais,

profundas, em estado original,

aspirando concretudes

com a alegria das coisas fáceis,

desconhecendo limites de tempo, e

de lugar. Imediatas!

Tristes, são os momentos mofados.

As certezas que nos impusemos pela vontade.

A obediência ao rigor necessário.

As concessões, em sorrisos brandos.

Os passos controlados, menores que os caminhos.

Os suspiros, quase silêncios, conformados.

As escolhas em que teimamos.

Tristes, são as noites vazias, automáticas,

sem contraponto, nos dias.

As linhas com que nos escrevemos,

com que erguemos nossas histórias,

desmentindo-se, noutros significados

das mesmas palavras.

Tristes, são os pés de barro, quebrados,

das estátuas que erigimos a deuses

que teimam em parecer indiferentes.

Contudo, nesse breve momento,

de sonhos alegres,

e de alegria nascida dos sonhos,

com tudo o mais banhado naquela luz dourada

nascida de dentro,

com todas as ânsias reticentes aplacadas,

sublimadas em projetos essenciais,

mesmo que vagos e indefinidos,

nesse momento senti que aprendia

a mais simples de todas as lições:

- que o mais importante, eu já sabia!

Que o sonho, era o caminho.

Que tudo o mais, vem depois.

Que quando o sonho já é tido,

O mais importante já está feito.

Que dar-lhe forma, ao sonho,

é só questão de jeito...

E que não se sonha pouco.

E que nunca, nunca, se sonha demais !

Setembro 2007