NÃO TEMAS...



Não temas a discrepância das horas,

Como versos perdidos ao sabor do relento,

Eis que o amor, sem demoras,

Ecoa só, mas tão lento

Que o coração desfalece em cada sonho de vida... 




Não temas a estrada entre tudo e nada,

Como música que brada o dispersar da lida,

Eis que o mar transforma o tempo numa encruzilhada,

No sentimento humano que já te elucida

O sentido possível do que seja a luz... 




Olha, portanto, para a paz que acalma,

Vendo, além do pranto, o sonho que já te conduz

Ao profundo cerne de tua própria alma,

Muito além do mundo, em cada verso e cruz !



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