Rosa de guerra
Cavalgando por províncias longínquas,
Sob o infinito branco do inverno árido,
Encontrei uma vermelha flor
Tão fraca e solitária,
Mas vermelha, sob a neve profunda.
Dei-lhe de beber e a acariciei,
Mas não a tirei de sua casa,
"Pois amanhã seria primavera",
Comigo pensei,
"E ela há de primar bela".
Cavalgando por províncias longínquas
Sob o infinito verde da primavera viva
"Onde está aquela rosa?",
Ah, senão está com os antúrios
Amarantos, bogarins e cosmos?
Festejando na floresta,
Onde os monstros se escondem.
Ela é amarela e plácida no verão.
Mas no outono fui-me sem notar que se tornava branca.
Cavalgando por províncias longínquas,
Avistei, ao vento gelado a rosa branca
Sofrida, machucada, desolada,
Ela clamava pelas minhas mãos,
E num espinho escondido pus sangue
E ela era novamente era vermelha.
Ai, rosa, linda rosa, branca rosa
Pintada por qualquer cor,
Não ame o vermelho dos outros,
Contudo ache a sua própria cor,
Linda rosa.
Ai, rosa, guerreira rosa,
No inverno há de falir
Se as mãos que te ajudam
Continuar a ferir.