Metafísica é quando o que escuta não ouve nada, e o que fala já não ouve. Voltaire
A metafísica do óbvio
Quem ouve o sussurrar da poesia,
ouve calado os gritos da razão...
é capaz de enxergar na escuridão,
como se fosse em plena luz do dia.
Quem fala o que não ouve, todavia,
não sabe distinguir o bem do mal,
e há de ficar mudo no final,
quando a morte disser que já sabia.
Quem não vê, e não fala, e não escuta,
e se impõe aos demais na força bruta
é órfão do que sente e o que não sente.
Assim, a metafísica nos diz:
o homem (que é do homem um juiz)
é cego, e mudo, e surdo, simplesmente.
Por óbvio, que pareça, uma vertente,
há sempre algum desvio na matriz.
A metafísica do óbvio
Quem ouve o sussurrar da poesia,
ouve calado os gritos da razão...
é capaz de enxergar na escuridão,
como se fosse em plena luz do dia.
Quem fala o que não ouve, todavia,
não sabe distinguir o bem do mal,
e há de ficar mudo no final,
quando a morte disser que já sabia.
Quem não vê, e não fala, e não escuta,
e se impõe aos demais na força bruta
é órfão do que sente e o que não sente.
Assim, a metafísica nos diz:
o homem (que é do homem um juiz)
é cego, e mudo, e surdo, simplesmente.
Por óbvio, que pareça, uma vertente,
há sempre algum desvio na matriz.