NÃO SEI
Juliana Valis



Não sei porque me apega a poesia,

Assim, no cerne transcendente dessa alma

Oscilante e tão loquaz quanto este dia,

No próprio encanto de um sonho que me acalma...



Sei lá porque as letras nos perseguem

E assim nos pedem tantos sonhos entre versos,

Que os sentimentos, bem ou mal, já nem conseguem

Acompanhar os pensamentos mais dispersos...




E quando o amor nos aparece, além do mundo

Tão injusto e tão insano quanto a guerra,

Eis que a arte nos convida a um profundo

Labirinto humano que transcende toda a terra

E, assim, no plano de um verso mais fecundo,

Exulta a paz no universo que nos berra.



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