Talvez...

Tenha passado o tempo, a graça já passou,

Fica nome que não passa, só poesia restou;

Talvez, sonho petrificou ou dele se acordou,

E o tempo venha frutificar o que se semeou.

E os frutos sejam os dias de paz, e de amor,

Revirar a terra, plantar, e deixar nascer a flor:

Solidão ceder espaço pro aconchego do lar,

E envolto em braços de quem se quis amar.

Desculpa a preguiça do pensamento, rimar,

Assim, tão fácil; é uma forma de expressar;

Alegria do querer bem, bons fluidos mandar,

Seguir sem teimosia, e olhar pra outro lugar.