20 de abril

Hoje faz um ano que te conheci

Seria uma data para comemorar, não?

Mas infelizmente eu não permaneci

Pois eu queria namorar... Você não?

Estou escrevendo isso pela centésima vez

Seria a milésima? Talvez

Eu não escreveria sobre esses eventos

Mas você sempre volta para meus pensamentos

Ontem lembrei-me de tudo o que aconteceu

Senti-me tão imaturo

Se eu tivesse a experiência do que decorreu

Poderia mudar o futuro?

Bom, é 20 de abril

E como eu disse, faz um ano

Eu fui tão gentil

Como se eu pedisse por um dia kafkiano

A fumaça substituiu a chama

Enquanto eu morria de asfixia

"Oh, por que ela não me ama?"

Até que acabei na lama

Mais um poema sobre o mesmo assunto

Bati na mesma tecla, de novo

Sinto-me um estorvo

E mais uma vez, me pergunto:

Será 20 de abril novamente?

Porque há um dilema em minha mente

Aceitar que nunca estaremos unidos

Ou adentrar reinos já desconhecidos

Acredito que escolhi aceitar

Acredito que você não vai voltar

Porque só quis molhar os pés

Por que fui me apaixonar?

Como eu posso olhar para esses olhos

e saber que não posso mergulhar neles?

Como eu posso te olhar

Se você pode estar com eles?

Bom, tudo começou em abril

Em outubro você deu os sinais

E eu fui tão hostil

Eu só não aguentava mais

Queria continuar com você

Contando que

Você me quisesse tanto

Que tivesse encanto

Mas você não sentiu nem um frio na barriga

Isso realmente me intriga

Porque eu fiz de tudo

Provavelmente só não sou sortudo

Bom, é 20 de abril para você também

Será que ainda pensa em mim?

Está tudo bem?

Estou preso nesse jardim

Mesma rima, mesmo poema

Parece que nada mudou

Parece que escrever não ajudou

Ainda estou preso nesse dilema

Lembra que faríamos uma viagem?

Direto para Belo Horizonte

Eu aqueceria sua friagem

Mas destruí a ponte

Sim, 20 de abril

A dor agora é tão sutil

Que eu desconfio que estou morto

Você não deveria dizer

Que me tirou da zona de conforto

Para você, fui só um lazer

Como um amor sem som

Carrego todos esses grilhões

Como o chocolate de um bombom

Desperdicei lágrimas aos milhões

O céu sem ti, ventos

E meus sentimentos

Tornaram-se algo como torresmo

Oh, você sente o mesmo?

Uma linha tênue entre amor e ódio

Sou o malabarista desajeitado

Que sempre perde o lugar no pódio

Porque cai fragmentado

Eu não quero mais falar sobre o mar

Eu não quero mais falar sobre o calor

Eu não quero mais te amar

Eu não quero mais falar de amor

Mesma estrofe, mesmo verso

Quero ir para outro universo

Onde a vida é ótima

E essa tristeza é a última

Não sofri por amor de verdade?

6 meses é tão pouco

Talvez eu esteja louco

Só quero minha liberdade

Realmente quero sair dessa terra

Talvez morar na Inglaterra

É um tanto quanto engraçado

Que por sua falta de amor

Tornei-me um escritor

Obrigado pelo coração destroçado

Cheguei a ser submisso

Por aceitar seus termos

Antes de sermos...

Mas eu escrevo tanto sobre isso

Que perdi a originalidade

É sempre o mesmo tema

Eu pedi por reciprocidade

É sempre o mesmo poema

Nem um pouco linear

Como sempre, estou indeciso

Observando a luz do luar

E já perdi o meu sorriso

Mas

Se eu pudesse reviver

Essa petúnia servil

Eu iria desenvolver

Essa vida azul anil

Eu só precisava escrever

Pois é 20 de abril

Oliver Yeager

20 de abril de 2019

Oliver Yeager
Enviado por Oliver Yeager em 20/04/2019
Reeditado em 20/04/2019
Código do texto: T6627783
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