Realmente o inferno são os autos
Se ninguém presta pra mim, por que eu vou prestar?
Sei que eu poderia ter nascido sem perspectiva e miserável
Sei que eu poderia estar doente, louco, depressivo, a agonizar
Sei que eu poderia ser qualquer coisa debaixo deste céu
Sei que o mundo é um círculo de causa e efeito divino
O que se faz, se paga, e fazer o bem traz recompensa
Mas se só vejo imperfeição, como posso dominar meus instintos?
Como posso perdoar os inimigos, se até amar os amigos não me compensa?
Meus amigos e família me crucificam com pregos de ódio
Meus conhecidos escarnecem de mim me humilham, me pisam até o fim
Meus dias passam com rancor, tédio e ócio...
Não confio mais em ninguém, desconfio até de mim
Prefiro uma serpente que me respeita a uma santa que me condena
Me sinto rangendo os dentes na chama do inferno, de repente!