Estacionei os sentimentos à porta
Mania de colocá-los na entrada
Bem no saguão da vida
Remoendo (revivendo) um a um no meio daquele espaço
Sigo
Até formar um emaranhado sem ponta
Eles, acostumados com o tratamento especial
Experimentaram pela primeira vez a rejeição
Por que fui tão fria
e nem os separei em potes diferentes?
Por que insisto em tê-los
istante, instante, constante?
Por que logo agora?
Já tinham se acostumado com a recepção calorosa...
Por que os neguei como Pedro fez a Cristo?
A vaga que usei não era minha
A outra
Ocupada estava por um folgado
Quem parou fora da caixa?
Teria que procurar o culpado pelo mal entendido (ou entediado mal)
Logo eu?
A sinalização horizontal afetou os olhos
Tinha um nude vitória
e nudes por todo lado (aqueles sentimentos soltos, despidos, a olho nu)
Expondo as vísceras (que vergonha)
Acionou sinal de alerta
Piscou a luz vermelha.
Socorro!
Socorre!
Só, corre...
Era hora de render-se aos caprichos.
Abriu a porta e os deixou entrar
Sentados no sofá (divã)
Todos de uma vez, amontoados
Sem repressão
Nem depressão
Usou os sentidos pra decifrar o enigma
Eram muitos
Era tudo
Ficou em pânico
Surtou!
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 22/03/2019
Reeditado em 16/05/2019
Código do texto: T6604351
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