DIVAGAÇÕES II
Em meu solitário andar
Às vezes fico a pensar:
Pedra que vive a rolar,
Não terá assento,
Diz o ditado. E se o não diz,
Acabo de inventar.
Vou calcorreando caminhos
Sem saber onde vão dar;
Não, não há destinos marcados,
Mas caminhos enviesados
Que teremos de destrinçar.
Tudo na vida é roda viva
Na difícil arte de viver.
A vida é feita de baixios,
Altos e baixos,
Que teremos de vencer.
“Viver é preciso,
Morrer não é preciso”.
Mas oh, doce Ilusão!
Até as estrelas
De brilhar um dia deixarão;
A vida é qual poema pervertido,
Com princípio e meio, sem ter sido.
Fev. de 2019