Juntos, para sempre
Poucas palavras
E pra mim já basta,
Somente necessito
Ter a certeza de que
É tão real para você
Como fantasio que é para mim.
Faça apenas uma promessa
E prometo que não
Terei medo ao ver
Que não será evitável
Abrir mão de mais algumas
Efêmeras esperanças.
Só espere por mim,
Uma vez que eu chegar
Não deixarei novamente
Que sórdidas vontades
Levem-me para longe
De onde pertenço.
Entre hiatos de vozes,
Espaços vazios que
Poderiam ser preenchidos
Com mais presunções
De que, por agora,
O tempo não pode
Tirar mais nada de nós.
Vivi junto a ti
Com cautela,
Em espreita para que
Passassem despercebidos
Nossos rostos pela
Multidão em movimento.
Presenciamos estações,
Fases da lua,
Mudanças drásticas
Em quem somos
O suficiente para saber
Que estamos vagando
Desamparadamente
Na direção correta.
Todas as vezes em que
Algo não estava lá
Quando mais precisávamos,
Recorríamos às antiga
Desilusões confortantes
Sobre a velha história
Da luz no fim do túnel.
Cada verdade como um segredo,
Cada protesto como um silêncio,
Cada desejo como uma negação,
Cada fim como um recomeço.
Crescemos além do que
Os anos nos permitiram,
E ficamos mais perto
Do definitivo e inevitável
De nossos destinos.
Enquanto aparentamos
Estarmos vivendo em uma
Ficção de eternas
Complicações e soluções,
O bem que moldamos
Luta contra o mal
Que criamos.
Não é o ideal,
Não é o cobiçado,
Não é o imaginado,
É apenas um meio
De sobrevivência.
Mas não fique em tormento,
Pesadelos não duram
Mais que uma noite,
Eles não podem
Seguir-te à luz do dia.
Mediante a isso,
Somos um
Em duas partes
Distintas
E sinônimas.
Juntos num turbilhão
De coisas tão insignificantes,
Não deveria doer tanto assim,
Não deveria durar mais
Que todas as outras coisas.
Em mais um para sempre,
Deixe-me sozinho
Com sua companhia
E mais algumas
Sobras de razões
Para alimentar minhas crenças.
No excesso de entorpecimento
Que provoca esses
Pensamentos errantes,
Por um momento
Tive a certeza de que
Você ainda estava aqui.