O animal de estimação de Tia Avenina
Tia Avenina tinha um animalzinho,
que se chamava Portão.
Era tão indócil,
mas não atendia ninguém não.
Podia ser controle,
buzina ou “chamação”.
O pobre animalzinho
ficava quietinho, então.
Chamavam os cuidadores,
mas ninguém domava o Portão.
Cada um mais atrapalhado,
imóvel ficava o bichão.
Cada vizinho
Adotou a sua postura:
buzina ou gritaria,
a coisa ficou uma loucura.
Tio Pausto, muito ignorante,
abriu, logo, sua buzina gigante.
Seu Alcir, mais eloquente,
culpou o porteiro indiferente.
Portão nem se dava à importância,
diante de tamanho bafão.
Fingia não ser com ele,
toda aquela agitação.
Chamaram outros cuidadores,
que disseram encontrar a razão.
Diziam que era a corrente,
que prendia aquele Portão.
Vamos tentar, na semana que vem,
chamar gente mais madura,
enquanto o Portão fica inerte,
provocando aquela bravura.
Chama Clarcos, chama Mozel,
chama Mairton ou Maleção,
pode chamar qualquer um
ninguém mexe com o Portão.
Até dar choque o Portão começou,
Veio, logo, Maleção, falando que não.
Dizia ele que o Clarcos
era o grande problemão.
Tio Alcir, todo eficiente,
quis ter toda a razão:
ninguém pensa, nesse lugar,
é essa a grande questão.
“Vou dar um jeito, acreditem”,
disse Tio Alcir, com motivação.
Ainda nesse final de semana,
dou um jeito nesse Portão.
Não sei o que vai acontecer.
Espero perto não estar.
Mas sei que todo o problema
vão tentar arrumar.
Pode ser o que for,
não importa a situação.
Toda a culpa vai ser
do bendito do Portão.