Mais profundo ao vazio
Tudo de volta ao seu lugar,
Lucidez estabelecida,
Quietude instável,
Paz em permanência
Numa hostil nuance
Das tonalidades de pensamentos.
Por um momento,
Por um triz,
Seria mais uma
Parte da normalidade
Esses minutos de
Silêncio nocivo.
Despede-se o resto
De empatia pela
Nostalgia que
Prende-me às
Vontades de sentí-la
Mais uma breve vez.
O frio inofensivo
Junto à névoa que
Cobre-me e cerca-me
Traz-me a sensação
De um temporário lar.
O eco de cada som que emito
Fica gradativamente
Ausente em minha audição,
Afirma minha preocupação
De que estou próximo
À total surdez
De minhas ações.
Embriagando-me
Em doses de dualidade,
A sobriedade parte de mim
Como folhas secas
Ao vento de outono.
Não falo mais
Da maneira a qual
Costumava dizer,
Pelo fato de que
Já não faz parte
Do definitivo agora
As velhas inseguranças
De que nunca iriam sarar
As feridas de erros
Involuntariamente cometidos.
Se fosse uma escolha,
Jamais iria querer que
Fosse possível reconhecer
Cada linha, traço
E mancha do reflexo
De tudo não feito.
Pego-me perguntando
Todas as questões
As quais tenho o conhecimento
De nenhum jeito saber
Suas verdadeiras respostas.
Vicariamente,
Espero a tontura passar,
Começar a ver
Cada imagem de maneira
Que meus olhos
Desejam vislumbrar.
A promessa de conforto
Após incontáveis eternidades
De flageladas autodúvidas
Fica cada vez mais perto
De ser mais uma mentira
Acreditada em minha
Inocência infantil.
O tempo congela-se,
O mundo para,
Os sons são interrompidos,
E é como estar
Afogando em uma
Intocável profundidade
De um infinito e solitário mar.
Clima em estática,
Nuvens carregadas
De lágrimas não choradas
Ameaçam desencadear
Uma tempestade de aflições.
Em antecipação
Preparo-me para
Ser levado pelas
Palavras que
Em mim mantenho
Em confidencial segredo.
Orando para qualquer
Faísca de esperança
Para que, assim como
Efêmeros arrependimentos,
Em um próximo novo dia
Isso vá tudo embora
Para ser mais uma
Enterrada lembrança.